2 de setembro de 2007

No Egito...

Talvez o cosmético mais conhecido de nós em cenas egípcias seja o kohl (fala-se “corrol”) ― aquela pintura em negro que envolve os olhos. Tal pintura representava o olho de Hórus e tornava os olhos maiores e belos. Além disso, protegia-os da luminosidade intensa e era utilizado no combate de certas enfermidades.

O kohl nem sempre foi negro. Entre 2 900 a.C. e 2 100 a.C. ele era preparado a partir de malaquita (óxido de cobre), que lhe dava um tom azulado-esverdeado. Com o desenvolvimento dos “produtos” e da “moda” o kohl passou a ser produzido a partir da galena (sulfeto de chumbo) durante o Reino Novo (1 550 a.C. – 1070 a.C.) e foi utilizado até os primeiros séculos da era cristã.Bem, não tenho certeza se os egípcios foram os primeiros a desenvolver e a usar os cosméticos. Entretanto, as primeiras referências são bem antigas, datando do período badariano, ou seja, por volta de 4 000 a.C. ― há quem diga 10.000 a.C.!
Foto: Varetas, recipientes e potes para aplicação de kohl, o produto de beleza mais famoso dos egípcios
(Museu Britânico)

De um modo geral, os cosméticos no Egito Antigo eram produzidos na forma de cremes e pós e eram usados por homens e mulheres. Naquele tempo, perfumes e cremes à base de flores, sementes e frutas eram preparados a partir de óleos e gorduras. Um dos métodos descritos nas tumbas se refere a maceração de flores e sementes em óleo aquecido e em seguida o produto era transformado em cones e bolas (seriam os sachês de hoje?). Estes cones são bem característicos nas cenas egípcias e eram colocados sobre a cabeça... Fico imaginando nas festas egípcias, naquele calor intenso, um grande números de pessoas e aquele cone derretendo, escorrendo a partir da cabeça deixando todos melados. Mas pelo menos perfumados.

Os cremes e ungüentos também possuíam aplicações voltadas para a higiene e a saúde, sendo usados para hidratar a pele, mantendo-a macia e saudável e a protegendo da secura, da areia e do sol. Assim, evitava algumas possíveis doenças de pele.


Fonte: http://historia.abril.com.br Julio Gralha é professor de História Antiga, Medieval e de Rio de Janeiro. Formado pela UERJ, mestre pela UFF e doutorando pela Unicamp, é também professor colaborador do NEA-UERJ.


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