16 de setembro de 2007

Baixa Fidelidade

Especialistas explicam por que se deve evitar o uso de mesmo cosmético durante muito tempo.
Sejamos infiéis. Este é o conselho de dermatologistas e farmacêuticos quando o assunto é cosméticos, e vale para quem usa o mesmo creme, xampu ou condicionador por meses e meses a fio. Uma pesquisa realizada em São Paulo com 500 mulheres pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) da USP mostra que 78% delas são fiéis aos cosméticos que consomem. Para os especialistas, esta fidelidade aos produtos não é necessariamente bem-vinda. Bom mesmo é trair.
São vários os argumentos usados para convencer as consumidoras a reciclar seus produtos, abrindo espaço no armário para novidades. Para começar, a pele e o cabelo se modificam com o tempo, exigindo novos cuidados. O clima, os hormônios e a idade são fatores que podem transformar, gradativamente, uma pele mais oleosa em seca, e vice-versa. A dermatologista Claudia Maia explica que o estresse, por exemplo, é um dos fatores que podem provocar mudanças de textura no cabelo, em homens e mulheres.
- No caso da mulher, o cabelo também sofre modificações com por causa dos hormônios, especialmente depois da gravidez. - Às vezes, até durante o período menstrual, é indicado um produto diferente do usado no dia-a-dia. E o clima também influencia na escolha do cosmético. No verão, o ideal é um tratamento de pele mais preventivo. Já no inverno, ele deve ser mais agressivo, com ácidos.
A farmacêutica Claudia Cavalcante lembra que o xampu deixa resíduos no cabelo e, por isso, a cada seis meses é recomendável dar um tempo no que é usado todos os dias e investir num xampu anti-resíduos, que limpa os fios profundamente. E mais: já reparou que o cabelo ganha mais brilho quando se varia o xampu e o condicionador? Não é necessário usar um produto diferente a cada dia, mas depois que um acaba, o ideal é experimentar outro. Diferentemente do que muitos pensam, o cabelo não fica viciado em um determinado xampu, como pode acontecer com o organismo no caso dos remédios.
- Muitas vezes, a pessoa usa um xampu ou um creme para tratar a oleosidade e, com o tempo, o produto resolve o problema e passa a ressecar demais os fios - afirma Claudia. - Aí, quando se aplica outro, sente-se a diferença. Um ingrediente repõe o que estava faltando no cabelo ou na pele, e a necessidade muda. O ideal é uma avaliação de oito em oito meses no dermatologista.
Para quem resolve esticar por conta própria o uso de um creme que está surtindo efeito, cuidado. A farmacêutica Isabela Guerreiro alerta para os perigos da aplicação prolongada.
- Vejo mulheres que se empolgam e desobedecem as prescrições médicas - diz. - O ácido glicólico é um despigmentante que não é aconselhável usar por muito tempo. Normalmente, os dermatologistas indicam para os meses de inverno. A fidelidade, nesse caso, é leviana. Já o ácido retinóico, para renovação celular, pode ter o efeito reverso se aplicado repetidas vezes.
A tecnologia e as novas pesquisas também contribuem para a renovação, mostrando que o componente de hoje pode não ter mais a mesma função amanhã. No último Congresso Brasileiro de Dermatologia, realizado há duas semanas em São Paulo, a verdadeira finalidade do DMAE (dimetilaminoetanol), por exemplo, foi posta em xeque. Segundo o dermatologista Murilo Drummond, pesquisas indicam que a substância extraída do salmão para combater linhas de expressão, tão festejada pela ação rejuvenescedora, desempenha um efeito hidratante, e não tensor.
- O médico pode indicar um creme com uma finalidade e, depois, descobrir que ele tem outras - avisa. - Para a dermatologista moderna, o ideal é a alternância e os tratamentos combinados. É preciso se atualizar.
Fonte: Revista O Globo - Ano 4 - nr. 164 - 14.09.07
Bem, minha opinião pessoal é que é isto mesmo. Não podemos "esticar" a utilização dos produtos além do tempo recomendado pelos dermatologistas. Com relação ao xampu anti-resíduos, eu uso uma vez por semana, pois tenho o cabelo oleoso e este tipo de xampu dá uma leveza nos cabelos. Variar os produtos também faz bem a indústria cosmética, não é mesmo? Assim novos produtos acabam sendo aceitos pelos consumidores.

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