4 de março de 2008

Reduzir estresse é arma para ter a pele saudável

Não só pomadas e remédios receitados pelo dermatologista. A solução para boa parte dos problemas de pele está em mudar hábitos e reduzir os níveis de estresse e ansiedade, ou, ao menos, aprender a lidar com situações desagradáveis.

Isso porque a pele está diretamente ligada à mente. Estar estressado ou depressivo tem um efeito direto sobre o sistema imunológico, e estudos defendem que isso aumenta as chances de doenças.

Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), 30% das manifestações cutâneas estão associadas a transtornos psíquicos. Entre elas, costumam figurar a psoríase, em que ocorre descamação, e o vitiligo, resultado da destruição das células que dão a cor à pele.

Para evitar essa influência das emoções negativas, os psicodermatologistas defendem que é preciso ter a mente saudável e preparada para mudanças. Podem ajudar pequenas modificações no dia-a-dia, como praticar esportes, dedicar-se a atividades prazerosas e uma boa noite de sono.

Se mesmo assim aparecer algum problema, a saída mais "convencional" é procurar um dermatologista. Caso ele suspeite de uma influência emocional, poderá aconselhar um trabalho integrado, com a participação de psicoterapeutas, além de terapias complementares como ioga, acupuntura e meditação. Remédios têm seu papel no tratamento.

"Às vezes a pessoa passa por uma ansiedade momentânea. Existem as personalidades sempre ansiosas, determinadas geneticamente, ou um pessimismo cultivado. Essas pessoas devem melhorar o jeito de ver o que lhes causa estresse crônico. O processo terapêutico contribui para isso", diz Márcia Senra, do departamento de Psicodermatologia da SBD.

A psicossomática, que estuda a influência da mente no corpo, também defende um trabalho multiprofissional. "Buscamos o contato com os profissionais da área clínica", diz a psicóloga e diretora da Associação Brasileira de Psicossomática, Solange Lopes de Souza. Mas, segundo ela, alguns médicos ainda preferem um tratamento isolado.

Laço antigo
Esse laço entre pele e sistema nervoso existe desde o ventre materno. No embrião, as duas estruturas são formadas a partir do mesmo elemento, o folheto ectodérmico. O desafio da ciência tem sido entender como essa relação continua.


Sabe-se, por exemplo, que o estresse e a ansiedade podem facilitar a liberação de hormônios como adrenalina e cortisona, que atuam sobre glândulas sebáceas e alteram a oleosidade da pele. Há também um neurotransmissor chamado alfa-MSH, que funciona como antiinflamatório na pele. Sua produção é coordenada pelo sistema nervoso central.

Esses são exemplos de como as neurociências têm, cada vez mais, estudado impactos na pele. Já se sabe que são diversas as doenças que recebem ao menos alguma influência da mente. Algumas delas são preexistentes; outras, conseqüências, como a tricotilomania (hábito de arrancar cabelos).

O desafio dos cientistas continua sendo conhecer esse mecanismo para saber como intervir nele para evitar e tratar doenças.

Fonte: Folha Online

Nenhum comentário:

 
BlogBlogs.Com.Br
Google