4 de novembro de 2007

Indústria de cosméticos avança na população de baixa renda

Indústria da beleza deve movimentar R$ 19,8 bilhões este ano.Os lançamentos para público com orçamento apertado têm ajudado o crescimento.

Cosméticos antienvelhecimento, cremes masculinos de limpeza e hidratação, filtro solar e produtos para cabelos ganham participação cada vez maior na lista de compras do consumidor de baixa renda. O salário de R$ 400 que Leilane Santos, de 26 anos, ganha como doméstica é apertado e a maior parte serve para ajudar a família. Mesmo assim, ela não deixa de separar todo mês R$ 30 do que recebe para comprar um creme preventivo para rugas.

O eletricista José Valmir Neves de Almeida, de 27 anos, com renda mensal de R$ 800 para sustentar ele e a mulher, também inclui na lista de compras de supermercado do casal cremes de limpeza de pele, hidratante, filtro solar e óleo de amêndoa.

São consumidores de baixa renda como a empregada doméstica Leilane Santos, o eletricista José Valmir e a mulher que mobilizam as grandes redes de supermercados para investir na área de cosméticos e ajudam a engordar a receita da indústria da beleza, que deve movimentar este ano algo em torno de R$ 19,8 bilhões.

“O mercado dobrou o faturamento e, em alguns casos, o volume de vendas, na comparação com cinco anos atrás, em várias categorias de produtos”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basílio.

As vendas de cremes, por exemplo, devem somar R$ 1,7 bilhão até o fim do ano, um aumento de 153% ante 2002. Já os produtos para cabelos vão saltar de R$ 2,4 bilhões em 2002 para cerca de R$ 5,5 bilhões este ano, um crescimento de 127%. O Brasil é o terceiro maior mercado mundial no consumo de produtos de beleza (nacionais e importados). Ele conquistou o posto que era da França em 2006 e está atrás apenas do Japão e Estados Unidos.

Os lançamentos mais acessíveis para um público com o orçamento apertado têm ajudado o crescimento dessa indústria. Uma pesquisa da Nielsen revela que a participação de tinturas de cabelo de baixo preço, por exemplo, já representa 52,4% das vendas nos primeiros seis meses de 2007.


Da Agência Estado

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